Uma celebração à Música de Chris Cornell

Hoje faz duas semanas que Chris Cornell foi achado morto em seu quarto de hotel após fazer um show com o Soundgarden. Mesmo assim, homenagens mais do que merecidas ao cantor ainda estão sendo feitas. O post de hoje será uma celebração ao legado do líder do Soundgargen, listamos 10 grandes músicas não tão óbvias de sua invejável carreira, ou seja, nada de Soundgarden e Temple of the Dog.

Wide Awake
Álbum: Revelations (Audioslave)
Wide Awake é a faixa 10 do último álbum do Audioslave. A letra de autoria de Chris Cornell faz críticas ao governo Bush, que (sic) não conseguia olhar para os problemas dentro do próprio país (como o furação Katrina) enquanto mandava tropas para o Iraque atrás de petróleo. A performance de Chris Cornell é incrível, especialmente no refrão.



Silence the Voices
Álbum: Carry On
A carreira solo do Chris Cornell é comumente esquecida frente às suas bandas, o que é uma injustiça tremenda. Nos seus álbums solos, o cantor sempre mostrou seu lado mais vulnerável e melancólico, falando abertamente de solidão e depressão. Silence the Voices é uma das músicas mais belas que Chris Cornell já escreveu, o andamento da música é uma marcha lenta e melancólica até sua voz explodir no refrão. A produção da faixa é excelente e o próprio Chris toca o teclado responsável pela atmosfera "pesada" da música. O momento de 13 segundos na marca de 3 minutos é tão curto quanto sufocante.



I Promise It's Not Goodbye
(Lançada isoladamente)
Só a história por trás dessa música já valeria a menção nessa lista. Um fã, Rory de la Rosa, havia perdido sua filha de 6 anos para um câncer. Pouco depois, o próprio Rory foi diagnosticado com a mesma doença, ele, então, buscou contato com Chris Cornell para falar o quanto a música do cantor havia impactado sua vida e como ela havia ajudado na relação com sua falecida filha. A partir desse primeiro contato, começou, como o próprio Chris Cornell definiu, uma amizade entre os dois que passaram a trocar emails e telefonemas. Em certo momento, Rory enviou a Chris Cornell um poema de sua autoria "I Promise It's Not Goodbye", o cantor ficou tão tocado pelo poema que o transformou em uma música. Se não bastasse essa história (leia-a completa nesse link), o poema e a interpretação musical do Chris Cornell são lindas. Infelizmente, Rory de la Rosa faleceu meses após o lançamento da música.



Finally Forever
Álbum: Carry On
Até aqui, a lista só teve músicas com temas tristes, o que não é o caso de Finally Forever. Nessa música, o cantor faz uma declaração simples e sincera de amor para sua esposa Vicky Karayiannis. O único parênteses é a diferença em ouvir agora, após sua morte, algumas parte de Finally Forever: "Anytime I can I will be there for you".



Scar on the Sky
Álbum: Carry On
Outra música mais feliz para a lista. Essa é uma prova que Chris Cornell não precisava de muito para fazer uma música tão gostosa de ouvir. Essa face mais leve e pop do cantor nunca apareceu no seu período no Soundgarden, o que talvez seja um motivo para os fãs da banda, em geral, não apreciarem sua carreira solo.




Dandelion
Álbum: Out of Exile (Audioslave)
Depois do Soundgarden, Chris Cornell passou a falar mais sobre sua família nas letras de música. Em Dandelion, Chris Cornell "conversa" com sua filha que ainda não havia nascido e reflete sobre sua relação com a esposa, grávida a época. No refrão, ele deseja que todos os dias da filha sejam sempre radiantes. Como grande letrista que era, Chris Cornell conseguia tratar de temas alegres e tristes com a mesma desenvoltura e honestidade.



Shadow on the Sun
Álbum: Audioslave
O primeiro álbum do Audioslave é recheado de hits. No meio deles, está Shadow on the Sun, sétima faixa do disco. Confesso que não consigo depreender um sentido claro para a letra dessa música, mas a performance de Chris Cornell é digna de nota, assim como, a guitarra de Tom Morello no refrão, lenta mas cheia de groove, que acompanha de forma perfeita os vocais. Em quase 6 minutos, a música ainda tem um final cheio de peso com Chris Cornell mostrando toda sua potência vocal.




Take Me Alive 
Álbum: Scream
Scream foi, sem dúvidas, o álbum mais polarizador da carreira do cantor. Nele, Chris Cornell contou com o produtor Timbaland para fazer sua incursão pelo mundo do Dance/R&B/Hip Hop. Desnecessário dizer que o álbum foi mal recebido pela crítica e até por outros músicos (Trent Reznor definiu o álbum como constrangedor). De fato, Scream não é um dos pontos mais altos da carreira do cantor, mas tem lá seus bons momentos. Para os que não gostaram da produção eletrônica do álbum, duas músicas (Never Far Away e Long Gone) foram até regravadas com uma banda completa. Mas "Take Me Alive" foi o melhor resultado dessa experiência no mundo eletrônico por unir uma produção impecável com o talento natural do cantor. Chris Cornell canta sem pressa nos versos acompanhado por uma batida lenta com toques orientais, enquanto no refrão, várias camadas de vocais são sobrepostas.




Dead Wishes
Álbum: Higher Truth
Higher Truth acabou sendo o último álbum lançado por Chris Cornell. Composto apenas de músicas acústicas, é mais uma amostra da capacidade do Chris Cornell como compositor, como se já não bastasse ser dono de uma voz icônica. Da bela introdução no violão até o final, Dead Wishes caminha num ritmo gostoso como um dia ensolorado e preguiçoso, mas paradoxalmente, a letra mostra um Chris Cornell angustiado fazendo várias referências a morte.




Preaching the End of The World
Álbum: Euphoria Morning
A última música dessa lista vem do primeiro álbum solo do Chris Cornell. Se tivessem que apontar indicativos de que a vida do cantor terminaria da forma como terminou, a letra dessa música seria o mais forte deles.



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